CIF ou FOB, entenda os tipos de frete que podem salvar ou atrasar sua obra.

Frete CIF ou FOB

Para que você consiga ter um setor de suprimentos de alta performance é preciso entender um pouco melhor sobre alguns conceitos de logística, pois isso pode salvar ou condenar seu cronograma na hora de negociar e comprar materiais.

Existem diversos fatores que são influenciados pelo logística na entrega de materiais, por exemplo:

  • Redução de custos: É possível otimizar a movimentação e o transporte de materiais, reduzindo custos operacionais e desperdícios.
  • Prazos de entrega: Atrasos na entrega de materiais podem causar a paralisação de obras, gerando prejuízos financeiros e reputacionais. O conhecimento logístico ajuda a planejar e garantir prazos mais precisos, tendo menos riscos de prejudicar o andamento dos serviços em obra.
  • Eficiência operacional: Uma gestão logística eficiente contribui para a fluidez dos processos, evitando gargalos e facilitando a movimentação dos materiais desde o estoque do fornecedor até o almoxarifado no canteiro de obras. Isso sem levar em conta na logística da própria obra para distribuição de materiais nos locais para execução do serviço (famosa prumada da cremalheira).
  • Controle de estoque: Entender a logística também é fundamental para o gerenciamento de estoques, evitando a falta ou o excesso de materiais, o que pode afetar a produtividade, os cronogramas físico e financeiro e principalmente o capital de giro da construtora.
  • Sustentabilidade: Uma logística bem planejada pode contribuir para a redução do impacto ambiental, otimizando rotas e minimizando a emissão de poluentes.

O conhecimento logístico permite que os profissionais do setor de compras façam escolhas mais estratégicas, garantindo uma gestão mais eficiente dos materiais desde a compra até a entrega no canteiro de obras.

Isso resulta em redução de custos, cumprimento de prazos, maior controle de estoque e, consequentemente, impacta positivamente a produtividade e a rentabilidade das empresas do setor.

Durante a negociação, nos deparamos com alguns tipos diferentes de fretes, e vamos citar os 4 principais aqui para você:

  1. CIF (Cost, Insurance and Freight – Custo, Seguro e Frete):

Nesse tipo de frete, o vendedor (fabricante ou lojista) é responsável por todas as despesas e riscos até que a carga chegue ao porto de destino especificado pelo comprador.

Isso inclui o custo dos produtos, o seguro do transporte e o frete até a porta da obra.

  • FOB (Free On Board – Livre a Bordo):

No termo FOB, o vendedor é responsável por todas as despesas e riscos associados ao transporte das mercadorias até que elas sejam colocadas a bordo do caminhão que foi coletar o material comprado.

A partir desse momento, a responsabilidade passa para o comprador, que assume os custos, riscos e procedimentos relacionados ao transporte da carga até o destino final (obra).

  • FCA (Free Carrier – Franco Transportador):

Nesse tipo de frete, o vendedor entrega as mercadorias ao transportador (ou a um representante nomeado pelo comprador) em um local específico, geralmente suas instalações ou outro ponto acordado, não sendo esse seu destino final.  

A partir desse momento, o risco é transferido para o comprador, que assume os custos e responsabilidades do transporte da carga até o destino final.

  • EXW (Ex Works – Na Fábrica):

Nesse tipo de frete, o vendedor coloca as mercadorias à disposição do comprador em suas instalações ou em outro local acordado.

O comprador é responsável por todas as etapas do transporte, desde a retirada das mercadorias até o destino final, incluindo os custos e riscos envolvidos.

Esses são alguns dos termos de frete mais comuns utilizados nas transações comerciais, sendo os dois últimos um pouco mais voltado para compras internacionais.

Sobre a responsabilidade pela descarga de materiais dentro do canteiro de obras pode variar dependendo do termo de frete acordado entre o comprador (obra/construtora) e a transportadora (vendedor/fornecedor). Geralmente, essa atribuição é estabelecida nos termos de compra e venda entre as partes.

Quando o frete for CIF, a transportadora é responsável pela entrega das mercadorias até o destino, mas não necessariamente dentro do canteiro de obras. Aqui a descarga normalmente recai sobre o comprador (obra/construtora), caso não tenha sido acordada no momento da compra junto ao fornecedor, e documentada no pedido de compras.

Já para fretes FOB, a responsabilidade do vendedor (fornecedor) se encerra assim que a carga é colocada a bordo do caminhão para embarque. Portanto, aqui a descarga no canteiro de obras é 100% de responsabilidade do comprador.

É importante ressaltar que essas responsabilidades podem ser negociadas e acordadas de maneira diferente entre as partes envolvidas na transação. Além disso, em algumas situações, o canteiro de obras pode ter limitações de acesso ou recursos específicos para a descarga, o que também pode influenciar quem fica responsável por essa etapa.

Para evitar mal-entendidos e garantir uma operação logística mais eficiente, é crucial que o contrato de compra e venda especifique claramente as responsabilidades e obrigações de cada parte, incluindo os detalhes sobre a descarga de materiais no canteiro de obras, como dimensões para acesso aos caminhões, por exemplo.

Isso ajuda a evitar disputas e problemas durante o processo de entrega e recebimento dos materiais, além de proporcionar uma melhor gestão logística na cadeia de suprimentos da construção civil.

Mas afinal de contas, é sempre melhor contratar frete CIF?

Para você que é comprador, a escolha entre FOB e CIF dependerá das necessidades e preferências específicas da sua empresa, bem como das condições da negociação e do transporte envolvido.

Vamos comparar os dois termos para entender melhor as características e diferenças de cada um:

FOB (Free On Board):

Vantagens:

  • O comprador tem mais controle sobre o transporte, permitindo escolher a transportadora e negociar diretamente os custos e prazos de transporte.
  • Maior transparência nos custos de frete, pois o valor é negociado separadamente da mercadoria.

Desvantagens:

  • O comprador assume a responsabilidade e os riscos da carga assim que ela é colocada a bordo do navio ou do meio de transporte designado. Isso significa que qualquer dano ou perda ocorridos após esse ponto serão de responsabilidade do comprador.

CIF (Cost, Insurance and Freight):

Vantagens:

  • O vendedor assume a responsabilidade e os custos do transporte até o porto de destino especificado, bem como o seguro da carga durante o transporte. Dessa forma o comprador tem menos preocupações com o transporte, aguardando a entrega do material na obra.

Desvantagens:

  • O custo total do frete e seguro pode estar embutido no preço da mercadoria, tornando mais difícil identificar o valor exato dos serviços de transporte.
  • Menos controle direto sobre a escolha da transportadora e a negociação dos custos de transporte.

Em resumo, a escolha entre FOB e CIF dependerá das preferências e necessidades específicas da construtora ou empresa compradora. Se a empresa tem experiência em logística e deseja ter mais controle sobre o transporte e os custos associados, o FOB pode ser mais adequado.

Por outro lado, se a empresa valoriza a praticidade e prefere que o vendedor cuide da logística e dos seguros, o CIF pode ser uma opção mais conveniente.

Mas conhecer logística é muito mais do que decidir qual frete negociar.

Vamos percorrer rapidamente o caminho inverso dos materiais aplicados em uma edificação.

O material que hoje está aplicado na sua residência, provavelmente esteve antes no almoxarifado de um canteiro de obras. Antes disso, ele esteve em um galpão de um distribuidor ou no estoque de uma loja que vende materiais para construção. Um pouco antes dele passar pelo processo fabril, era a matéria prima de algum lugar que também contou com uma logística para que chegasse até ali.

A logística está presente em todo o processo, e infelizmente esse é mais um dos conhecimentos que os profissionais da construção civil não possuem e não são sequer citados durante a graduação.

Sem contar o fato de que uma boa parte do valor unitário do produto comprado, é composta justamente pelo próprio custo de deslocamentos e entregas.

Vamos agora rapidamente citar os principais tipos de fretes que compõe o setor logístico brasileiro:

  • Frete rodoviário: É o transporte realizado por caminhões em estradas e rodovias. É o mais utilizado no Brasil devido à extensa malha viária.
  • Frete ferroviário: Utiliza a malha ferroviária para o transporte de grandes volumes de cargas em longas distâncias. Utilizado bastante pelo agronegócio.
  • Frete aéreo: Realizado por meio de aviões de carga, é mais rápido, mas também mais caro, sendo usado geralmente para cargas de alto valor ou urgência.
  • Frete marítimo: Utilizado para o transporte de cargas internacionais ou entre portos brasileiros, é especialmente relevante para importações e exportações.
  • Frete fluvial: Transporte realizado em rios e hidrovias, sendo importante em algumas regiões do Brasil com grande potencial hidroviário. Esse é um tipo de frete pouco explorado pelos brasileiros, mas que tem grande potencial para ser uma excelente alternativa acessível.

Por estarmos em um país de imensa extensão territorial, precisamos utilizar dos 5 tipos diferentes de frete para distribuição de recursos necessários a toda a população.

O impacto da logística no Brasil é gigante, e para as obras não são diferentes.

Antes de comprar os insumos, é preciso que você organize sua equipe para trabalhem com um planejamento estratégico, pois permite que os profissionais da construção civil incluam o custo na hora de comprar os materiais.

Isso é determinante até mesmo na hora de escolher o fornecedor A ou B. Pode ser que o fornecedor A tenha o produto mais barato, mas caso o fornecedor B for mais próximo da sua obra pode ser mais vantajoso fechar com ele do que com o A. E por ser mais perto, além de garantir melhor preço, você pode também garantir mais agilidade na entrega.

No fim das contas, pode ser benéfico até mesmo para desenvolvimento de pequenas e médias empresas da sua região. Isso também é ser sustentável.

Para finalizar, segue 3 cuidados básicos para ter depois de comprar seus insumos:

  • Recebimento e conferência: O setor de compras, o almoxarifado e a obra devem estar preparados para receber e conferir os materiais adequadamente, garantindo que não haja problemas no momento da entrega. A comunicação entre os setores nesse momento é crucial para garantir a execução da obra conforme o cronograma.
  • Controle de estoque: Controlar as entradas e saídas, mantendo o ambiente sempre em bom estado de circulação, contando com padronização e identificação correta dos materiais, garante que os materiais sejam utilizados corretamente e evitando desperdícios e possíveis avarias.
  • Distribuição e movimentação: É preciso planejar com atenção a execução dos serviços afim de melhorar a eficiência na obra, como uma espécie de linha de produção (Lean Construction).

Essas são dicas que podem fazer diferença no seu dia a dia e conhecer esses conceitos, bem como a importância de outros fatores como Curvas de Projeções na hora de cotar e comprar materiais, podem ser o grande diferencial da sua empresa e até mesmo da sua carreira profissional.

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