O assunto cidades inteligentes nunca esteve tão em alta como agora, com o crescimento praticamente desenfreado de grandes centros a procura por soluções para otimizar a vida nas cidades se torna algo de vital importância. O termo cidade inteligente refere-se a áreas urbanas que utilizam diversas tecnologias de informação e comunicação (TIC) com o intuito de criar, implantar e promover práticas de desenvolvimento sustentável, tanto econômico quanto social. Essas cidades buscam aprimorar a qualidade de vida dos cidadãos por meio de serviços públicos eficientes, segurança, mobilidade, inclusão e participação ativa.
Entretanto, a transformação rumo à inteligência urbana não está isenta de desafios, como a carência de planejamento urbano, disparidades sociais, poluição ambiental, consumo energético e a gestão de resíduos, entre outros. Além disso, é imperativo integrar soluções tecnológicas às necessidades e demandas dos habitantes, assegurando que eles sejam os protagonistas e os principais beneficiários dessas mudanças.
Por isso, é de suma importância fomentar a discussão desse tema e compartilhar experiências e conhecimentos que contribuam para o avanço das cidades inteligentes no Brasil e no mundo. Nesse sentido, destaca-se o simpósio do CREA 2023 em Santos, um evento que reuniu profissionais, estudantes e gestores públicos com o propósito de debater e apresentar soluções inovadoras para as cidades inteligentes. O tema central do simpósio foi “Cidades Inteligentes e Políticas Públicas”, abordando os desafios e oportunidades para o desenvolvimento urbano sustentável.
No 2º Simpósio Nacional de Cidades Inteligentes do Crea-SP, o Crea Júnior teve uma participação ativa, tanto na organização quanto na divulgação do evento. O Crea Júnior também foi responsável por promover o Hackathon CreaLab, uma das atrações do evento, que consistiu em uma maratona de programação e criatividade para desenvolver soluções inovadoras para os desafios das cidades inteligentes.
Dentre os palestrantes do evento esteve presente Rafael Kevin CEO e fundador da ConstruConnect que marcou presença no palco principal do simpósio, compartilhando sua experiência e visão sobre como a tecnologia pode revolucionar o cenário da construção civil. “Nós sabemos que otimização de tempo e processos tem se tornado um grande ativo para empresas de diversos mercados, pensando nisso desenvolvemos uma solução para a composição de mapas de cotações inteligentes, que impacta diretamente os setores de suprimentos de grandes construtoras, conferindo maior dinamismo ao setor da construção civil”.
O simpósio também reuniu renomados especialistas em cidades inteligentes, que abordaram temas como mobilidade urbana, energia renovável, gestão de resíduos, governança digital e segurança pública, entre outros. Algumas das declarações proferidas por esses profissionais foram:
A mobilidade urbana desponta como um dos principais desafios nas cidades inteligentes.
“Soluções devem ser idealizadas visando a redução do uso de veículos particulares e a promoção do transporte público e ativo. A integração entre diversos modais de transporte, aliada à análise de dados para otimização de rotas e prevenção de congestionamentos, é fundamental.”
A adoção de fontes de energia renovável assume um papel crucial nas cidades inteligentes.
“Além de contribuir para a diminuição das emissões de gases de efeito estufa, ela impulsiona a eficiência energética. Essa abordagem possibilita, adicionalmente, a geração descentralizada de energia, permitindo que os próprios consumidores produzam sua eletricidade a partir de fontes como energia solar e eólica.”
A gestão de resíduos representa outro aspecto primordial nas cidades inteligentes.
“A prioridade consiste em minimizar a produção de resíduos e maximizar a reciclagem e compostagem. Além disso, tecnologias devem ser empregadas para monitorar e controlar o fluxo de resíduos urbanos, desde a coleta até o tratamento e destinação final.”
A governança digital assume um papel essencial nas cidades inteligentes.
Ela possibilita a integração entre diversas secretarias e órgãos públicos, promovendo maior transparência e envolvimento dos cidadãos nas decisões e políticas públicas. Ademais, permite a utilização de dados e tecnologias digitais para aprimorar a gestão e a prestação de serviços públicos, tais como saúde, educação e segurança.”
O simpósio do CREA 2023 em Santos representou, portanto, uma oportunidade ímpar para ampliar o diálogo a respeito das cidades inteligentes e suas implicações no desenvolvimento urbano sustentável. O evento evidenciou que tais cidades não se restringem a conceitos ou tendências, mas sim configuram uma realidade que demanda a colaboração entre diversos agentes: setor público, iniciativa privada, acadêmicos e sociedade civil. Somente por meio dessa cooperação será viável a construção de cidades mais humanas, inclusivas e inovadoras.